quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Tipos de Estados

  • O que é Estado?

A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.
As funções tradicionais do Estado englobam três domínios: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Numa nação, o Estado desempenha funções políticas, sociais e econômicas.
Também são designadas por Estado, cada uma das divisões político-geográficas de uma república federativa. Estas divisões são autônomas e possuem um governo próprio regido por uma estrutura administrativa local. O Brasil é dividido em 26 Estados e um Distrito Federal.

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Liberalismo

Liberalismo é uma filosofia política ou ideologia fundada sobre ideais que pretendem ser da liberdade individual e do igualitarismo. Os liberais defendem uma ampla gama de pontos de vista, dependendo de sua compreensão desses princípios, mas em geral, apoiam ideias como eleições democráticas, liberdade de expressão, direitos civis, liberdade de imprensa, liberdade religiosa, livre-comércio, igualdade de gênero, estado laico, liberdade econômica e propriedade privada. 
O liberalismo transformou-se primeiramente em um movimento político durante o iluminismo, quando se tornou popular entre filósofos e economistas no mundo ocidental. O liberalismo rejeitou as normas sociais e políticas prevalecentes de privilégio hereditário, religião estatal, monarquia absoluta e direito divino dos reis. O filósofo John Locke, do século XVII, é muitas vezes creditado como fundador do liberalismo como uma tradição filosófica distinta. Locke argumentou que cada homem tem um direito natural à vida, liberdade e propriedade, acrescentando que os governos não devem violar esses direitos com base no contrato social. Os liberais opuseram-se ao conservadorismo tradicional e procuraram substituir o absolutismo no governo pela democracia representativa e pelo Estado de direito.
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                          (John Locke)                                                              (Adam Smith, um dos principais economistas liberais)

Existem países com grandes níveis de Liberalismo, onde os cidadãos, por escolha própria através do voto, aceitaram ter uma carga fiscal acrescida, complementando assim o papel do Estado com mecanismos de apoio social. Os exemplos mais evidentes são a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia. Estes três países estão nos topos dos rankings mundiais de liberdade individual e econômica. Não quer dizer que não haja países liberais, como os EUA, que tem menos mecanismos de apoio social. O Liberalismo defende que o Estado tem de estar ao serviço dos cidadãos e não o contrário.

Existe uma grande confusão entre os conceitos de Liberalismo e Capitalismo Selvagem. Muitas vezes mistura-se os conceitos, como sinônimos, mas isso é falso. A China tem um Capitalismo muito mais Selvagem do que o Canadá. No entanto, em todos os rankings mundiais de liberdade individual e liberdade econômica, o Canadá é de longe muito mais Liberal do que a China.

Muitos grupos extremistas de esquerda e de direita, são contra o Liberalismo, porque este é um inimigo do Estado omnipotente e omnipresente, que estes grupos gostam de defender, com o argumento de que tal é melhor para o "bem comum".

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Curiosidades:

*O Liberalismo está "morto" e "enterrado" na Venezuela, em Cuba, na Coreia do Norte, na Arábia Saudita, na Somália, no Zimbábue, no Irão, na Birmânia, e em mais alguns países.
*O Liberalismo está gravemente ferido, na Rússia, na China, na Argélia, na Índia, no Paquistão e mais alguns países.
*O Liberalismo está doente, em Portugal, em Espanha, em França, em Itália, na Grécia, e mais alguns países.
*O Liberalismo está relativamente bem nos EUA, na Alemanha, no Reino Unido, na Suécia, na Dinamarca e em mais alguns países.
*O Liberalismo está muito saudável e recomenda-se, no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia.

Socialismo real

Como o capitalismo gerou grandes desigualdades entre os países e entre as pessoas na sociedade, alguns teóricos começaram a propor um sistema econômico e social mais justo. A partir de meados do século XIX, nasceram as ideias socialistas a partir da crítica às mazelas causadas pelo atual sistema.
Karl Marx, economista alemão, formulou a mais contundente crítica teórica ao capitalismo. Segundo ele, o sistema capitalista criaria tantas desigualdades sociais que acabaria produzindo sua própria decadência, sendo substituído por um novo sistema social, mais igualitário, o socialismo.
Os teóricos socialistas acreditavam que haveria uma revolução social que mudaria a estrutura da sociedade. Os trabalhadores assumiriam o controle do poder político e econômico, rebelando-se contra a burguesia, que perderia a propriedade privada dos meios de produção.
Esses meios se tomariam coletivos (de toda a sociedade). Após a revolução proletária, haveria duas fases para a construção de uma sociedade igualitária: o socialismo e, posteriormente, o comunismo.

Diferenças entre Socialismo e Comunismo

O socialismo — conforme a tese marxista, no sistema socialista se manteriam o Estado e o governo no controle da vida social. O Estado seria conduzido por trabalhadores: a chamada ditadura do proletariado. O novo governo centralizaria o planejamento da economia e controlaria as propriedades.

O comunismo — na verdade, trata-se de um estágio mais avançado de sociedade que viria depois do período socialista, em que haveria igualdade absoluta entre os homens. O Estado desapareceria, não havendo mais nenhuma forma de opressão social, e a própria sociedade encontraria formas de se auto regulamentar.

Até hoje, nenhum país que teve experiência socialista conseguiu atingir a fase comunista. Em princípio, as ideias comunistas estão próximas do anarquismo, sendo bastante utópicas e de difícil implementação. Entre os principais teóricos comunistas, está o russo Piotr Kropotkin.

Socialismo Real

Na teoria, o socialismo e o comunismo pretendem a implantação de sociedades mais equilibradas, igualitárias, sem opressão e miséria. Entretanto, na prática o sistema distanciou-se bastante das teorias marxistas.

Socialismo real é o sistema implantado na prática pelos países que romperam com o capitalismo. A primeira revolução que derrubou o capitalismo ocorreu em 1917, no Império Russo (que passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas — URSS — em 1922).

O modelo socialista da União Soviética foi seguido pelos países que aderiram ao sistema posteriormente, embora houvesse características específicas em cada um.
Esse sistema entrou em colapso a partir dos anos 80, tanto na União Soviética como em seus países satélites da Europa Oriental. O regime socialista chinês salvou-se, graças à sua maior abertura para a economia capitalista de mercado, iniciada por Deng Xiaoping, a partir do final dos anos 70.
O socialismo real não acompanhou o desenvolvimento científico e tecnológico do mundo capitalista desenvolvido. Nele predominava um modelo autoritário de governo, sem participação ativa dos cidadãos na vida política.
Ao invés do Estado perder importância para dar lugar a uma sociedade plenamente livre, igualitária e democrática (comunismo), acabou se fortalecendo e ficou à mercê de uma nova elite burocrática e incompetente.
O socialismo real criou um estrato social privilegiado — os burocratas — que controlavam a política e a economia. Os principais motivos da crise do socialismo real foram: a burocratização, a ineficiência econômica e o autoritarismo político.
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(Parada militar na Praça Vermelho, centro de Moscou, na Antiga União Soviética)

Os Dilemas do Socialismo Real
• Propriedade estatal dos meios de produção — o governo centraliza, planeja, executa e administra todos os setores da economia: agropecuária, indústria, comércio, bancos e serviços.
• Melhor distribuição de renda na sociedade — o governo garante maior equilíbrio social, mantendo condições básicas de alimentação, saúde e educação para a maioria da população.
• Autoritarismo político — não há participação da sociedade nas decisões políticas: vigora um sistema de partido único, o do governo, uma ditadura em que não poderia haver eleições nem qualquer oposição. O poder era monopólio do Partido Comunista e de seus dirigentes.
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Estado do bem-estar social


O “Estado de Bem-estar Social” (do inglês, Welfare State), é uma perspectiva de Estado para o campo social e econômico, na qual a distribuição de renda para a população, bem como a prestação de serviços públicos básicos, é visto como uma forma de combate às desigualdades sociais.
Portanto, neste ponto de vista, o Estado é o agente que promove e organiza a vida social e econômica, proporcionando aos indivíduos bens e serviços essenciais durante toda sua vida.
Com efeito, esse modelo de gestão pública é típico em sistemas social-democratas das sociedades ocidentais modernas e, atualmente, seus melhores exemplos podem ser encontrados nas políticas públicas da Noruega, Dinamarca e Suécia.

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Principais Características

A principal característica do Estado de Bem-estar Social é a defesa dos direitos dos cidadãos à saúde, educação, etc.; a despeito disso, o modelo mais conhecido de politicas públicas é o Keynesiano, de John Maynard Keynes (1883-1946), que rompe com a visão de livre-mercado em favor da intervenção estatal na economia.
Com efeito, este sistema foi adotado pelo presidente Franklin Delano Roosevelt durante a década de 1930, como parte de seu programa de recuperação econômica, o New Deal, o qual, para além das grandes obras, aumentou os salários e fixou os preços dos produtos.
É comum nos países de Estado de Bem-estar Social a estatização de empresas (principalmente em setores estratégicos), bem como a criação de mecanismos para promover serviços públicos gratuitos e de qualidade, como água e esgoto, moradia, benefícios trabalhistas, educação, saúde, transporte e lazer para toda população.
Para tanto, o Estado necessita interferir na economia, regulando-a de modo a gerar emprego e renda, ao passo em que estimula a produção. Por conseguinte, as jornadas de trabalho são de no máximo de 8 horas, o trabalho infantil é proibido e os trabalhadores possuem direito a seguro-desemprego e Previdência Social.

Causas do Estado de Bem-Estar Social
A principal causa que precipitou a implementação de Estados de Bem-estar Social pelo mundo foi à crise do Liberalismo, o modelo que pregava a liberdade mercado em relação ao Estado. Portanto, foi uma resposta a crise do início do século XX, da qual a Primeira Guerra Mundial e a depressão econômica 1929 (Crise de 1929) foram um sintoma.
Contudo, estas políticas públicas foram também um revide aos movimentos trabalhistas e ao socialismo soviético, o qual rivalizou com o modelo Capitalista durante a Guerra Fria. Sem espanto, era preciso demonstrar qual dos modelos proporcionava uma melhor qualidade de vida aos seus cidadãos.

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Contexto Histórico

Durante a década de 1920, os Estados Unidos era uma economia favorecida e superaquecida pela Europa em reestruturação. Contudo, já nos anos de 1930, os países europeus já tinham se recuperado da Primeira Guerra Mundial, o que levou a economia estadunidense ao colapso de superprodução.
Por esse motivo, o presidente Roosevelt lança, em 1933, o programa de recuperação econômica para os Estados Unidos, o New Deal, que consistiu basicamente em investimento maciço em obras públicas, destruição dos estoques de gêneros agrícolas e na diminuição da jornada de trabalho.
Por fim, na década de 1970, o esgotamento deste modelo torna-se evidente, ao ponto de Margaret Thatcher, chefe de estado inglesa, admitir que o Estado não tinha mais condições econômicas para custear o Estado Providência, dando inicio a era Neoliberal no Ocidente.

Democracia

Democracia é o termo que caracteriza o regime político contemporâneo da maioria dos países ocidentais. Trata-se de um conceito tão importante quanto complexo, cujo significado atual se originou de várias fontes históricas e se desenvolveu ao longo de milhares de anos. O termo pode ser utilizado para designar tanto um ideal quanto regimes políticos reais que estão consideravelmente aquém daquele ideal. Uma das formas para compreender o seu significado é olhar para a maneira com que o conceito de democracia se transformou e se desenvolveu historicamente.

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A democracia na Grécia Antiga
A democracia surgiu nas cidades-estados da Grécia antiga, durante o primeiro milênio antes de Cristo, e tomou sua forma clássica no auge político da cidade de Atenas. Sua etimologia provém dos termos “demo” (povo) e “cracia” (governo), significando literalmente “o governo do povo”. De acordo com a classificação das três formas de governo feita por Aristóteles na sua obra “Política”, a democracia (governo de muitos) se distingue da monarquia (governo de um só) e da aristocracia (governo dos nobres).
A clássica democracia das cidades antigas gregas estava fundada na participação de todos os cidadãos em assembleia com o objetivo de tomar conjuntamente as decisões governamentais. Apesar de ter existido em um pequeno território e entre um número reduzido de pessoas (apenas os homens livres eram considerados cidadãos, excluindo mulheres e escravos), a experiência da democracia grega adquiriu grande importância ao tornar possível um sistema político no qual o povo é soberano e tem o direito a se governar, contando com recursos e instituições para fazê-lo. Essa ideia permaneceu como o núcleo do ideal democrático moderno e continua a moldar as instituições e práticas democráticas atuais. A prática política democrática gestada na Grécia se refletiu nas instituições políticas da República Romana, que se expandiu para grande parte da Europa e do Mediterrâneo.

A democracia contemporânea
Na era moderna, a prática da democracia foi transferida da pequena cidade-estado para a escala muito maior do Estado nacional, o que implicou o surgimento de um conjunto novo de instituições políticas. Os limites e as possibilidades das instituições democráticas passaram a ser pensados no nível do funcionamento de sociedades complexas, dotadas de grandes governos, impessoais e indiretos. Tornou-se impossível o exercício direto da democracia pelos cidadãos como era realizado nas pequenas cidades-estados gregas.

Foi-se afirmando no pensamento político moderno a ideia de que a única forma de democracia possível era um governo representativo. Na concepção moderna de democracia, o ato de governar e legislar é delegado a um grupo restrito de representantes eleitos por períodos limitados, direta ou indiretamente, pelos cidadãos. Ou seja, a soberania do povo se dá por meio dos representantes que pelo povo são eleitos. As eleições e decisões legislativas geralmente são tomadas por maioria de votos, de forma que as políticas reflitam, pelo menos até certo ponto, a vontade e os interesses dos cidadãos. Para evitar a concentração e o abuso do poder, as principais funções legislativas, executivas e judiciais do governo estão separadas, de modo a se equilibrarem.

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Nesse sentido, a liberdade individual e a igualdade de condições são consideradas os principais valores democráticos e os princípios que sustentam essa forma de governo. No pensamento político moderno, a democracia é vista em oposição às formas absolutistas e ditatoriais de governo. O estado democrático é concebido com o objetivo de garantir certos direitos fundamentais à cidadania, geralmente divididos em direitos civis, políticos e sociais. Entre os direitos civis estão a liberdade de expressão, de imprensa, de associação e de reunião e proteção contra a prisão arbitrária. Os direitos de votar e de ser eleito para um cargo no governo são exemplos de direitos políticos. Já os direitos sociais são aqueles relacionados à educação, saúde, alimentação, moradia, transporte, segurança, lazer, etc. Nos últimos séculos, a luta por democracia nas nações modernas tem se dado no âmbito da conquista, garantia, universalização e ampliação dos direitos civis, políticos e sociais.
No pensamento político e nos regimes contemporâneos, pensa-se a democracia menos em termos ideológicos e mais no seu sentido formal, ou seja, como um conjunto de instituições, direitos e práticas que garantem um determinado processo para a tomada de decisões coletivas. Assim, quando hoje nós falamos em democracia, em geral nos referimos a algumas “regras do jogo político”.

Listamos a seguir alguns desses procedimentos que caracterizam um sistema democrático atual:

*as instituições políticas responsáveis pelas funções legislativas e executivas devem ser compostas em sua maioria por membros direta ou indiretamente eleitos pelo conjunto dos cidadãos e alternados periodicamente;
*o voto deve ser universal, ou seja, têm direito ao voto todos os cidadãos maiores de idade, sem distinção de sexo, de raça ou de religião;
*todos os votos têm o mesmo peso e os eleitores são livres para exercer o seu direito segundo a sua própria opinião, frente a uma disputa livre, honesta e pacífica entre partidos políticos que pleiteiam os cargos representativos;
*vencem as eleições os partidos e/ou candidatos que atingirem a maioria numérica dos votos (ainda que possam ser estabelecidos diferentes critérios para se determinar a maioria);
*as decisões tomadas pela maioria não podem ameaçar os direitos básicos da minoria.

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Ditadura

Um dos termos mais frequentemente utilizados em qualquer conversa sobre política no Brasil é ditadura. É natural que isso aconteça, afinal, o nosso país – assim como seus vizinhos e outros no resto do mundo – possui um histórico de experiências ditatoriais. Europa, Ásia, África, América: esses regimes existiram e continuam a existir por toda parte.
Mas nem é preciso se referir a uma ditadura de verdade para alguém usar esse termo em um debate. Afinal, é fácil classificar governos de que não gostamos como autoritários, ditatoriais. E, para confundir ainda mais, muitas democracias realmente lidam de forma autoritária com a divergência, assim como se utilizam de métodos ditatoriais para alcançarem seus objetivos – mesmo que na maior parte do tempo sejam democráticos e respeitem as regras do sistema político vigente.
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Conceito
Segundo Maurice Duverger, a ditadura pode ser definida como um regime político autoritário, mantido pela violência, de caráter excepcional ilegítimo. Ela pode ser conduzida por uma pessoa ou um grupo que impõe seu projeto de governo à sociedade com o auxílio da força. Normalmente, ditadores chegam ao poder por meio de um golpe de Estado. Já o filósofo político Norberto Bobbio afirma que a ditadura moderna é um regime caracterizado pela concentração absoluta do poder e pela subversão da ordem política anterior.

Centralização, autoritarismo e violência
Ditaduras costumam ser bastante centralizadoras. O poder fica extremamente concentrado nas mãos da pessoa ou grupo que governa o Estado, com pouca ou nenhuma abertura para o debate político. Os espaços de comunicação e deliberação costumam ser fortemente regulados ou suprimidos. Isso inclui a imprensa, os poderes legislativo e judiciário (que deixam de ser independentes, como costuma ser de acordo com a divisão dos três poderes) e os partidos políticos, que muitas vezes são proibidos de existir.
Dessa forma, calando vozes de oposição, as ditaduras forçam consensos e implementam suas políticas com poucas ou nenhuma consulta à sociedade. É por isso que o autoritarismo e a violência são duas das marcas de qualquer ditadura. No Brasil, no último período ditatorial que tivemos (1964-1985), houve censura à imprensa, proibição de quase todos os partidos políticos, perseguição a opositores e, em alguns momentos, o fechamento do Congresso Nacional. O Ato Institucional Número Cinco (AI-5), de 1968, concedeu poderes extraordinários ao Presidente da República, como decretar recesso do Poder Legislativo em todos os níveis da federação a qualquer momento.

Excepcionalidade e ilegitimidade
Ditaduras normalmente possuem caráter excepcional (são regimes de exceção) e surgem a partir de golpes de Estado. Aditaduras da Roma antiga já eram de exceção, mas, como explica Bobbio, nada tinham a ver com as ditaduras modernas. Os ditadores romanos eram investidos pelo senado para atuar em situações de emergência, geralmente guerras. Também tinham prazos rígidos para cumprir sua missão, que não se prolongavam mais de seis meses. Era um mecanismo previsto nas leis romanas. Hoje em dia, é raro que haja qualquer previsão legal de instauração de ditaduras dentro de regimes democráticos. Mesmo assim, no século XX, elas se proliferaram em países da América Latina, Europa, África e Ásia.
Ainda é comum que ditadores declarem seus regimes como sendo de exceção, como também nota Bobbio. A existência da ditadura seria, portanto, um mal necessário para que a ordem nacional seja restaurada – e assim que isso acontecesse, o regime deixaria de existir. Entretanto, ditaduras que se declaram de exceção podem se arrastar por décadas, como aconteceu no Brasil (a ditadura militar iniciada em 1964 foi terminar apenas mais de 20 anos depois).
Uma vez que alcança o poder por meio de golpes de Estado, sem consentimento dos cidadãos, ditaduras também possuem problemas de legitimidade. Raramente elas se iniciam por meio de eleições diretas. Golpes de Estado são o ponto de partida mais comum. Além disso, o regime ditatorial disponibiliza poucos instrumentos de participação popular na política, como eleições, consultas populares e assembleias.
Mas atenção: algumas ditaduras podem até utilizar alguns instrumentos democráticos para passar um verniz de legitimidade em seus governos. Via de regra, esses instrumentos são severamente controlados para evitar que manifestem discordância das políticas e visões do regime oficial.

Variações de ditaduras
Dependendo das características do regime e dos grupos que o promovem, a ditadura pode ser classificada de diferentes formas.
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(Regimes ditatoriais na Europa)
Veja algumas das mais conhecidas a seguir:
*Ditadura militar
Uma das formas de ditadura mais comuns em muitas partes do mundo é a militar. Ocorre quando as forças militares tomam o poder, normalmente com o uso de seu próprio arsenal bélico. O motivo para haver tantas ditaduras militares é justamente a força que tal segmento do Estado possui. Quando as forças armadas se insurgem contra o poder político constituído, é muito difícil contra-atacar.
Uma ditadura militar pode ter diferentes orientações ideológicas. Há exemplos de ditaduras consideradas de direita – caso da maior parte das que existiram na América Latina, como no Brasil (1964-1985), Chile (Augusto Pinochet, 1973-1990) e Argentina (1966-1973) – e de ditaduras de esquerda – Cuba e Coreia do Norte são exemplos.
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*Ditadura fascista
O fascismo merece um texto à parte. Mas cabe registrar que esse tipo de regime político também pode ser considerado uma ditadura, uma vez que envolve a presença de um líder autoritário, a censura e o uso da força bruta. Caracteriza-se também pelo ultranacionalismo, o belicismo e por ideias populistas.
*Ditadura do proletariado
Esse é uma forma de ditadura que provavelmente nunca foi de fato aplicada na realidade. A ditadura do proletariado é um conceito adotado dentro da teoria marxista. Essa ditadura seria exercida pela classe proletária (a classe dos trabalhadores, aqueles que vendem sua mão de obra para os donos dos meios de produção), em substituição ao Estado burguês (o Estado como o conhecemos hoje). Seria um estado de transição anterior ao comunismo, em que o proletariado passaria a ter todo o controle da sociedade e da política. Apesar do nome, a teoria prevê que esse regime político possuiria bases democráticas, uma vez que as autoridades públicas seriam eleitas e destituídas pelo sufrágio universal.

Ditadura e regimes totalitários são a mesma coisa?
Apesar de terem significados muito próximos, existe uma diferença entre ditadura e totalitarismo. Ditadura se refere estritamente a um regime autoritário comandado por um líder ou grupo com excessivo poder, sem consentimento popular e que se utiliza da força para manter sua liderança.
Já o totalitarismo é um regime que, além de autoritário, ainda promove esforços para controlar e regular todos os aspectos da vida pública e privada. Dentro de regimes totalitários, a vida de cada cidadão é monitorada pelo grupo no poder, que controla cada instituição governamental. Valoriza-se também a lealdade ao partido ou grupo no poder. A ideologia governamental torna-se central para a vida da maior parte da população. Regimes totalitários também se ancoram no uso da propaganda política para conquistar e controlar o pensamento da população.
Um bom exercício para compreender a diferença entre ditadura e totalitarismo é olhar para suas formas opostas. A ditadura é o contrário de uma democracia, no sentido de que é um governo sem o consentimento do povo. Já o totalitarismo é visto como o contrário de pluralismo, um sistema em que há liberdade de pensamento, de crença e respeito aos direitos fundamentais.
Uma ditadura nem sempre é totalitária, já que pode conviver com alguma pluralidade de pensamento e sem a preocupação de controlar absolutamente todos os aspectos da vida da população. Apesar disso, muitas ditaduras são de fato totalitárias, especialmente as mais conhecidas do século XX: o nazismo de Hitler na Alemanha, o fascismo de Mussolini na Itália, o comunismo na União Soviética, entre outros.
Conclusão: um regime avesso à democracia
Apesar das muitas reflexões que surgem a partir da discussão sobre o significado de ditadura, Bobbio afirma que o uso atual do termo pode ser resumido a apenas um ponto: a falta de democracia nesses regimes. De fato, totalitárias ou não, militares ou não, fascistas ou comunistas, as ditaduras modernas têm em comum o fato de serem também antidemocráticas.
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Neoliberalismo

Neoliberalismo é um novo conceito do liberalismo clássico. Sua principal característica é a defesa de maior autonomia dos cidadãos nos setores político e econômico e, logo, pouca intervenção estatal.
O Liberalismo surgiu no século XVIII em oposição ao Mercantilismo e às imposições aos trabalhadores em consequência da Revolução Industrial.
Seus ideais, entretanto, foram interrompidos pelo surgimento do keynesianismo, que surgiu após a Segunda Guerra Mundial e pregava ideias opostas.
Anos depois, o modelo do keynesianismo foi criticado, dando oportunidade para o regresso dos ideais do liberalismo. Dado o contexto histórico, ele regressa no século XX com o nome de neoliberalismo.
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Neoliberalismo Econômico
O neoliberalismo econômico teve lugar a partir da década de 70. Substituiu as medidas do modelo keynesiano, apoiando os princípios capitalistas.
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico, a ênfase principal é a não interferência do Estado na economia.
Os neoliberais defendem que a economia deve ser baseada no livre jogo das forças do mercado. Segundo eles, isso garantiria o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
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As características do Neoliberalismo são:
  • ·   Privatização de empresas estatais
  • ·   Livre circulação de capitais internacionais
  • ·   Abertura econômica para a entrada de empresas multinacionais
  • ·   Adoção de medidas contra o protecionismo econômico
  • ·   Redução de impostos e tributos cobrados indiscriminadamente
  • · O neoliberalismo propiciou as relações econômicas internacionais. Saiba mais em Globalização.

Neoliberalismo no Brasil
No Brasil, o liberalismo foi adotado nos governos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998 e 1999 a 2002). Nessa época forma implantadas reformas consideradas essenciais para modernizar o país e garantir a estabilidade econômica.
O neoliberalismo ganhou ampla aceitação nas décadas de 1980 e 1990, principalmente após o fim do socialismo no Leste europeu. Os pontos básicos do projeto neoliberal para os países americanos foram sintetizados no chamado "Consenso de Washington", em 1989.
Integrantes do FMI e do Banco Mundial reuniram-se para analisar as economias do continente. Além dessas organizações, também se reuniram os representantes dos Estados Unidos e de diversos países latinos americanos.
Dessa reunião resultou um conjunto de medidas para controlar a inflação e modernizar o Estado. 
São elas:
  • Ajuste fiscal – limitação dos gastos do Estado de acordo com a arrecadação, eliminando o déficit público;
  • Redução do tamanho do Estado – limitação da intervenção do Estado na economia e redefinição do seu papel, com o enxugamento da máquina pública;
  • Privatização – venda das empresas estatais que não se relacionam com as atividades específicas do Estado;
  • Abertura comercial – redução das alíquotas de importação e estímulo ao intercâmbio comercial, de forma a ampliar as exportações e impulsionar o processo de globalização da economia;
  • Abertura financeira - fim das restrições à entrada de capital externo e permissão para que instituições financeiras internacionais possam atuar em igualdade de condições com as do país;
  • Fiscalização dos gastos públicos e fim das obras faraônicas;
  • Investimento em infra-estrutura básica.
No Brasil, uma das críticas às medidas neoliberais implantadas é que apesar de estabilizar a economia, o neoliberalismo não resolveu os graves problemas sociais do país.
Além do Brasil, o neoliberalismo foi adotado nos seguintes países: Argentina, Chile, Estados Unidos, Grã-Bretanha (Escócia, Inglaterra e País de Gales), México, Peru e Venezuela.
O Chile foi o primeiro país neoliberal, com o ditador Augusto Pinochet.
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Neoliberalismo e Educação
As aspirações neoliberais surtiram efeito na educação. Isso porque a escola é vista como um mercado e também o ensino começa a ser privatizado.
Surgem os cursos profissionalizantes, os quais preparam o aluno para o mercado de trabalho, mas limitam a sua capacidade crítica.
Além disso, outro fato que corrobora o pensamento neoliberal é o maior número de aprovações de alunos, apesar de baixa qualidade de aprendizagem.
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Neoliberalismo vs Liberalismo
O neoliberalismo reforçou as bases liberais, tendo ambos os mesmos fundamentos.
A teoria do liberalismo reúne princípios que surgem em defesa à liberdade dos cidadãos, em oposição ao absolutismo.
O mesmo acontece com o neoliberalismo (novo liberalismo), cujo nome distingue ambos principalmente em função da época em que aconteceram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para compreender o papel do Estado na sociedade, é necessário saber como ele interfere nos direitos individuais e sociais. Os direitos individuais, basicamente, são:
  • Vida: todo cidadão tem direito à vida, de viver como bem entender e da maneira que quiser;
  • Liberdade: todo cidadão é livre para fazer o que quiser (é claro que há limites; você pode fazer o que quiser, desde que não atrapalhe a vida do outro; por isso a necessidade do Estado “ditar” algumas regras na sociedade e essas regras variam conforme o tipo de Estado); o indivíduo tem liberdade de ir e vir para onde quiser.
  • Propriedade: o cidadão tem o direito de ter a quantidade de terras que quiser (dependendo do modelo do Estado).
Os direitos sociais são os direitos que dizem respeito a toda a sociedade, a todos os cidadãos:
  • Saúde
  • Educação
  • Segurança
  • Trabalho
  • Habitação
  • Previdência
  • Lazer 

Surge então a dúvida: qual o melhor modelo/tipo de Estado?
A resposta depende de você.

Por exemplo, o Estado liberal se preocupa mais com os direitos individuais e acabam não ligando muito para os direitos sociais. Esse modelo beneficia diretamente grandes empresários, já que o Estado não interfere na economia, deixa ela fluir. 

Já o Estado socialista/comunista controla todos os meios de produção para garantir os direitos sociais e interfere nos direitos individuais. O Estado vai limitar: a quantidade de propriedades que você pode ter e o direito à liberdade. Pode interferir também no direito à vida.

O Neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos, etc.

Esse modelo propõe a utilização da implementação de políticas de oferta para aumentar a produtividade (como a terceirização de serviços). A melhor forma para melhorar a economia local e global, segundo o Neoliberalismo, é reduzir os preços e os salários.

O Estado do bem-estar social se preocupa, em tese, com todos os direitos dos cidadãos: individuais e sociais. A obrigação desse modelo é garantir que todos os direitos que um indivíduo ou uma coletividade tenha, sejam atendidos. O Estado do bem-estar social pode ou não interferir na economia:


- Se o país tem uma situação financeira boa/ótima, não é preciso interferir na economia. A Inglaterra, que possui esse modelo de Estado, não intervém em nada na economia, pois não há grupos sociais no país que precisam ser “reparados” ou “justiçados”.

- Se o país tem uma situação financeira ruim/regular, é preciso que o Estado interfira na economia. 

O Brasil possui uma “espécie” de Estado do bem-estar social, já que a Constituição garante os direitos individuais e sociais a todos. No entanto, o Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar semelhante aos países de Primeiro Mundo. Esse modelo seria o melhor se no Brasil não houvesse tanta corrupção, tanta roubalheira.


DEMOCRACIA X DITADURA

A Democracia garante que o povo exerça a soberania, ou seja, o cidadão pode escolher, através de eleições, os representantes para governar o país. O voto é a arma mais importante nesse sistema, já que uma vez escolhido, o representante (seja ele prefeito, governador ou presidente), tem por obrigação oferecer uma boa qualidade de vida para toda a sociedade e garantir que os direitos individuais/sociais sejam atendidos. 
Ao contrário da Democracia, a Ditadura é um governo autoritário exercido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, com supremacia do poder executivo, e em que se suprimem ou restringem os direitos individuais. É imposto várias regras na sociedade, e caso os cidadãos não cumpram por bem, acabam cumprindo por mal, com o uso da força física. Esse modelo acaba oprimindo várias classes sociais e restringe o direito ao voto.
(João Marcos L. Capistrano)


Qual é o melhor governo?

R= governo protagonista na manutenção e promoção do bem-estar político e social do país e de seus cidadão.

Porque? 

R= pelas condições mínimas nas áreas de saúde, educação, habitação, seguridade social, entre outras. Ademais, em momentos de crise e de desemprego, o Estado deve intervir na economia de forma que se busque a manutenção da renda e do trabalho das pessoas prejudicadas com a situação do país.
(Ronaldo de Lima)


O liberalismo não é um tipo de Estado bom, pois ele dá muita liberdade a todos, o que vai acabar atrapalhando o desenvolvimento do Brasil.
Socialismo real é um bom Estado, pois ele tem em mente diminuir a desigualdade social e tem a centralização do poder nas mãos de um único partido.
Estado do bem-estar social não é bom porque ele interfere demais no governo e joga muito a responsabilidade para população, o que é obrigação do governo.
Regime ditatorial não é bom, pois o militarismo age de forma muito brutal com a população.
Democracia não é boa porque uma população não dá conta de cuidar de uma cidade sem a ajuda de um governo ou de alguém que entenda do assunto.
Neoliberalismo não é bom, pois o Estado tem que correr junto e lado a lado com o governo de cada estado ou cidade.
(Wesley Klysman)


O regime ditatorial é um dos piores Estados por não haver participação alguma da população já que é um regime não democrático. O socialismo real também não é um bom Estado em relação aos direitos humanos por ter ditadura envolvido até porque a maioria dos países que adotarem esse tipo de regime político falho. O neoliberalismo apesar de proporcionar desenvolvimento economia e social, não é de completa importância para os direitos humanos já que beneficia apenas grandes potências econômicas e empresas multinacionais. O liberalismo assim como a democracia são bons Estados e de importância para os direitos humanos já que defendem a liberdade e a igualdade e são totalmente voltados para a população e por defender a participação do povo na política.
(Sabrina Santos)


Os direitos Humanos nada mais é que permitir que povo possa se expressar e tenha a liberdade de escolher os seus líderes, “A liberdade, o respeito dos direitos humanos e o princípio da organização de eleições honestas e periódicas são valores que constituem elementos essenciais da democracia. “Vou citar o nosso pais. O Brasil é um pais que é democrata e permite que a sociedade escolha quem é apto ao cargo de presidente, mas a nossa população é alienada e colocam em cargos pessoas sem valor ético, a nossa sociedade é cega, o Brasil é o único país que tem uma tecnologia avançada quando o assunto é eleição, só que a população deixa ser enganada ou trocam seus votos por coisas materiais que duram pouco tempo e já um cargo político dura quatro anos e em quatro anos, a pessoa que estiver no cargo de presidente pode fazer o que quiser pois é líder de um povo que não vê, não escuta e não fala.
(Larissa Moraes)


Não existe regime político que salve um país quando a sua população é formada de gente sem cultura, analfabeta e descompromissada com o país. Entretanto acredito que Democracia é o melhor regime, mas depende das pessoas o bom andamento do regime. Um País sem leis não chega a lugar nenhum. Um País que não pune a corrupção também tem um futuro sombrio. As leis não são contra, mas a favor do homem. A nossa democracia está, na minha opinião, desvirtuada. Temos que acabar com a impunidade em todas as camadas da sociedade se queremos ter um futuro bom.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

África

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Introdução



A África Ocidental tinha uma história e cultura muito rica e variada antes da chegada dos europeus. Sua estrutura política era muito ampla e variada, que incluía desde reinos até cidades-estados, entre outras organizações, cada qual com suas próprias características culturais e linguísticas. Na África havia desde grandes impérios como Songhai, com estrutura política complexa e centenas de milhares de camponeses, até sistemas políticos fracos que delegavam as decisões aos acordos entre as pessoas da aldeia. Como no século XVI a Europa estava devastada pela guerra e preocupada consigo, os grupos que mantinham o poder na África estavam em constante mudança. A Arte, a Educação e a Tecnologia floresceram na África, e os africanos eram habilidosos especialmente em medicina, matemática e astronomia. Tanto quanto mercadorias simples, eles também tinham mercadorias de luxo como bronze, marfim, ouro e terracota para uso tanto local quanto comercial. Os africanos da África Ocidental já comercializavam com os europeus á anos através de mercadores da África do Norte. Já os primeiros europeus com contato direto com eles foram os Portugueses no século XV. Os holandeses, ingleses, franceses e escandinavos vieram depois. Eles estavam principalmente interessados em produtos de alto custo como o ouro, marfim e especiarias, particularmente a pimenta. Desde os primeiros contatos, os comerciantes europeus sequestravam e vendiam os africanos na Europa. Entretanto, só a partir do século XVII, quando os donos das plantações começaram a necessitar de mais e mais escravos para satisfazer a crescente demanda por açúcar na Europa é que o comércio de escravos tornou-se o principal tipo de comércio.

Reino de Gana


Na região entre os rios Senegal e Níger, os soninquês (povos de origem mandê), fundaram pequenas cidades, que desde o século 4 foram se unificando, muito provavelmente para resistir às guerras com povos nômades. Pouco se conhece sobre tal processo, mas, no século 8, a região já era conhecida como Império de Gana. Os soninquês chamavam sua região de Wagadu, mas os berberes (povos do Magreb), que chegaram ali no século 8, a chamavam de Ghana, pois era esse o título do rei da região (ghana: "rei guerreiro").
Por muito tempo, o deserto do Saara dificultou o acesso dos povos do norte da África ao interior desse continente. Uma viagem do Magreb (região africana banhada pelo mar Mediterrâneo, exceto o Egito) até a bacia do rio Níger poderia durar até 4 meses em pleno deserto. Dessa forma, enquanto o norte da África estava inserido no comércio entre diversos povos desde a Antiguidade (gregos, romanos, fenícios, cartagineses, líbios, persas, egípcios, árabes), o reino de Gana, na África Subsaariana (ou África Negra), pôde se desenvolver isoladamente.
Somente quando os árabes conquistaram o Magreb e introduziram o camelo como animal de transporte foi possível a viagem através do deserto. A partir de então, os reinos e as grandes riquezas da África Negra passaram a fazer parte do comércio internacional do Mediterrâneo.
Gana já era um reino rico antes da chegada dos comerciantes do norte, e são os documentos deixados por esses comerciantes (árabes e berberes) que nos informam o que foi Gana, e relatam um império extraordinário, também chamado de Terra do Ouro. Segundo Al-Bakri, comerciante árabe de Córdoba (século 11), o rei de Gana usava túnicas bordadas a ouro, colares e pulseiras de ouro - e os arreios dos cavalos e as coleiras dos cachorros do rei eram de ouro.
O império de Gana tinha como capital Kumbi-Saleh. Dessa cidade, o rei e seus nobres controlavam povos vizinhos, obrigando-os a pagar impostos em troca de proteção. Além disso, Gana controlava o comércio tanto das mercadorias que eram trazidas do norte (como sal e tecidos), quanto das que saíam do interior da África (como ouro e escravos). Na capital, o comércio era intenso: os seus 20 mil habitantes recebiam diariamente as caravanas que vinham de diversas regiões. Entre os séculos 9 e 10, Gana viveu seu apogeu, sendo um dos mais ricos reinos do mundo, segundo Ibn Haukal, viajante árabe da época.
Com o processo de islamização dos povos africanos (os primeiros convertidos foram os berberes), o Império de Gana (que se recusava a se converter ao Islã) foi perdendo força, até que em 1076 os almorávidas (dinastia berbere) conquistaram e saquearam Kumbi-Saleh, transformando a cidade em um reino tributário. A partir daí, todo império se fragmentou, o que possibilitou as incursões de vários povos vizinhos, um deles os sóssos, que passaram a controlar várias regiões do antigo império.
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Reino de Mali


O Reino de Mali era, a princípio, uma região do Império de Gana habitada pelos mandingas. Era composto por 12 reinos menores ligados entre si, e tinha como capital Kangaba. Após anos de guerras entre os soninquês de Gana e os almorávidas (século 11), e depois das guerras com os sóssos (século 12), Mali conseguiu sua independência e adotou o islamismo. E, apesar de passar por um período de crise política e econômica, conseguiu se restabelecer e, em 1235, os mandingas de Mali conquistaram o território do antigo Império de Gana, sob a liderança de Maghan Sundiata, que recebeu o título de Mansa, que na língua mandinga significa imperador. O nome que os mandingas davam ao seu império era Manden Kurufa; o nome Mali era usado por seus vizinhos, os fulas, para se referir ao grande império. Ao contrário do Império de Gana, que somente se preocupava em manter os povos dominados, a fim de controlar o comércio regional, o Império de Mali se impôs de forma centralista, estabelecendo fronteiras bem definidas e formulando leis por meio de uma assembleia chamada Gbara, composta por diversos povos do império. A aplicação da justiça era implacável, tanto que vários viajantes se referiam aos povos negros como "os que mais odeiam as injustiças e seu imperador não perdoa ninguém que seja acusado de injusto". Acredita-se que o Império de Mali tivesse a extensão da Europa Ocidental. O Império de Mali se tornou herdeiro do Império de Gana, pois passou a controlar todo o comércio local o ouro extraído por Mali sustentava grande parte do comércio no Mediterrâneo. Conta-se que, entre 1324 e 1325, Mansa Mussa, em peregrinação a Meca, parou para uma visita ao Cairo e teria presenteado tantas pessoas com ouro, que o valor desse metal se desvalorizou por mais de 10 anos.
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Reino de Congo

Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses abriram contato com as várias culturas que já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do interior do continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo Cão alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente estruturado conhecido como Congo.
Fundado por volta do século XIV, esse Estado centralizado dominava a parcela centro-ocidental da África. Nessa região se encontrava um amplo número de províncias onde vários grupos da etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar da feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica.
Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o rei, conhecido como manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias dominadas. A principal cidade do reino era Mbanza, onde aconteciam as mais importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana.
A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de Luanda.
O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus acabou trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.
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Reino de Benin

O Reino de Benin foi um dos mais poderosos da costa oeste da África, tendo inclusive feito parte do tráfico de escravos negros entre os séculos XVI e XIX.
O Reino de Benin começou a ser formado entre os séculos XII e XIII. A história de sua formação é articulada por um misto de investigações arqueológicas e narrativas mitopoéticas, haja vista que os mitos fundadores da tradição oral de Benin estão associados aos mitos fundadores da cidade de Ifé. Conta-se que Ifé foi fundada por Odudua, um orixá da criação, a mando do deus supremo, Olorum. Benin, por sua vez, teria sido fundado por Oraniã, orixá das profundezas da Terra, filho de Odudua.
A lenda sobre Oraniã ainda faz referência a um suposto filho que ele teve, Eweka, que teria sido o primeiro rei, ou obá, de Benin. O fato é que o Reino de Benin contou, ao longo de sua trajetória, com poderosos obás. No século XV, um desses obás, Ewuare, promoveu intensas reformas no reino, transformando Benin em uma grandiosa potência subsaariana. Data dessa época o relato do contato de navegantes europeus, sobretudo ibéricos e holandeses, com o Reino de Benin.
Um desses navegantes foi o português João Afonso Aveiro, que partiu de Portugal em 1485 e deparou-se com a efervescência de Benin no ano seguinte. João Afonso, à época, regressou a Portugal acompanhado de um representante do obá de Benin. Esse representante, notavelmente culto, foi um dos promotores da articulação econômica, que se tornou intensa nos séculos seguintes, entre o reino de Benin e a monarquia portuguesa. Os principais produtos comercializados por Benin eram pimenta, marfim, tecidos, peças artísticas feitas em bronze e cobre e, principalmente, escravos.
Portugal foi um dos maiores compradores dos escravos vendidos em Benin, que, por sua vez, importava escravos de outras regiões da África, sobretudo do Norte, que era controlado por muçulmanos, para revendê-los aos europeus. Desse modo, o tráfico negreiro foi uma das atividades mais lucrativas para Benin. A estrutura desse reino só foi desmontada definitivamente no século XIX, quando o processo neocolonialista europeu e a Partilha da África tiveram início.
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Reino de Zambábue


Os Khoisan foram os colonos originais e dominaram a região até a chegada dos bantus, no século IX, que ao longo dos séculos XIII e XIV, criaram o Império Monomotapa, cujo centro está situado nas ruínas de Grande Zimbábue. Quando em 1607 o monarca do Estado concede aos portugueses a exploração do subsolo da área, ela já se encontrava em declínio, que, em um outro tempo, graças às suas minas ouro e ao comércio de escravos chegou a manter um comércio constante com a costa do Oceano Índico.
No final do século XIX, os ingleses, dirigidos por Cecil Rhodes começam a colonizar a região com o objetivo de mineração.
A descoberta de ouro em 1867 despertou a cobiça dos Ingleses, que acabaram por ocupar o território, apesar das reivindicações de Portugal, a quem a Grã-Bretanha dirige um ultimato em 1890. A colónia ficou designada, em 1895, Rodésia em homenagem a Cecil Rhodes, que promoveu a sua constituição. A parte sul desenvolveu-se mais do que a norte. As duas Rodésias associaram-se, em 1953, com a Niassalândia para constituírem a Federação da África Central, na qual a Rodésia do Sul era a parte mais importante. Desfeita a Federação em 1963, a Niassalândia tornou-se independente com o nome de Malawi e a Rodésia do Norte com a designação de Zâmbia, mas o Reino Unido negou-se a conceder a autonomia à Rodésia do Sul por ser governada pela minoria branca: esta decretou unilateralmente a independência em 1965 e adoptou o regime republicano em 1980. O bloqueio económico decretado pela ONU e a guerrilha, que ganhou extraordinário impulso após a independência de Moçambique em 1975, fizeram com que o país ascendesse à independência em 1980, tomando então o nome de Zimbabwe. Em 1980, Robert Mugabe, o líder nacionalista negro, é eleito, submetendo o país a um regime socialista. Em 1987 é estabelecido um regime presidencial, sendo Mugabe eleito chefe de Estado.
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Consequências da exclusão e discriminação pela economia açucareira


A discriminação e exclusão dos africanos foram fatores que fizeram aumentar o preconceito contra negros, deixando-os à margem da sociedade. Muitos, sem oportunidade de emprego, concentraram-se em comunidades (o viria a ser as favelas), aumentando assim, a pobreza. Até hoje é notável essas consequências, por exemplo, a maioria da população pobre são negros, a maioria dos presidiários são negros, poucos negros têm acesso à escola e universidades e conseguem empregos. Tudo isso, porque no passado, não tiveram oportunidades de trabalhar recebendo salário digno e não puderam estudar para se qualificar.
(João Marcos)

No passado os negros não recebiam salários e não tinham acesso à educação. Isso teve como consequência a exclusão deles no mercado de trabalho, aumentando o índice de negros desempregados. Mesmo nos dias atuais a população negra vem sofrendo nas favelas, pois muitas crianças e adolescentes desistem muito cedo do estudo e preferem trabalhar. Isso porque, muitos não têm o que comer e acabam preferindo trabalhar para conseguir seu próprio dinheiro, mesmo que seja pouco, e assim comprar alimentos para sua casa. Até que isso seja resolvido, demorará anos e o governo tem obrigação de oferecer mais oportunidades aos negros.
(Wesley Klysman)

A economia açucareira estava muito exposta no Brasil, especialmente do litoral nordestino, existência um tráfico grande de africano capaz de fornecer a mão-de-obra escrava. Eles eram fáceis de escravizar, pois a inteligências deles eram inferiores das pessoas que queriam como escravos, tornando assim uma preza mais fácil de manipular, fazendo uma troca quase inútil por pessoas de sua raça, cor e tribo. Essa “gente” era escravizada de uma forma dolorosa por serem negros e escravos fazendo que fossem pessoas excluída da sociedade, eles eram apenas isso porque sua cor não permitia que fossem algo além disso, julgados como uma raça inferior, já que foram escravizados.
(Larissa Moraes)

Certas regiões da Africa eram divididas em tribos,os portugueses se aproveitavam e convenciam os lideres dessas tribos a negociar a própria população,e como recompensa recebiam: armas, tecidos, especiarias e entres outros. Como resultado nessas negociações eram tragos centenas de Africanos (incluindo mulheres,crianças e idosos) para que estes trabalhassem em condições desumanas. Os colonizadores consideravam os negros inferiores á eles, e os julgavam como selvagens, e mesmo após a implantação da Lei Áurea, eles ainda sofriam e sofrem preconceito até mesmo nos dias de hoje, Ficam á margem da sociedade, sem oportunidades, e a maioria concertada em favelas.
(Mirela Nakazone)

Embora o racismo ainda não seja um assunto discutido abertamente entre os brasileiros, percebe-se que o preconceito sobre os negros e os seus descendentes encontra-se na história recente do Brasil, principalmente nos três séculos de escravidão, e pelas escassas políticas de inserção desses sujeitos na sociedade, especialmente após a Abolição da Escravatura em 13 de maio de 1888. Desde o século XVI, quando os negros oriundos das várias partes da África começaram a desembarcar na América portuguesa de forma forçada para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e nas minas de ouro, começou um longo período de usurpação da sua liberdade, gerando graves consequências para o seu status social.  Vale destacar que alguns negros e mestiços trabalhavam nos centros urbanos, conhecidos como escravos de ganho, e nas ruas desempenhavam diferentes funções, tais como carregadores de água, sangradores, barbeiros e vendedores de doces, frutas e outros quitutes.
(Wesley Yan)

"Imensidade e  diversidade são dois termos que se aplicam à África"

A África é o terceiro continente mais extenso do planeta e é conhecida como o "berço da humanidade", pois historicamente, abrigou uma das civilizações mais antigas, os egípcios. A África é dividida em "África branca" e "África Negra". É conhecida mundialmente por suas belezas naturais, no entanto, apresenta uma enorme diversidade, tanto em riquezas naturais como socio-econômicas. Por exemplo, nesse continente há extensas áreas férteis e áreas desérticas, como o Saara. A diferença entre a pobreza e riqueza também é muito visível por todo o continente, sendo caracterizada principalmente pelas péssimas condições de vida em muitos países.
A "África branca" sofreu grande influência dos árabes e de outros povos do Oriente Médio e a "África negra" se refere aos povos locais. Um fato interessante é que os descendentes de árabes possuem uma cor de pele mais clara, enquanto que os africanos relacionados com as culturas locais já têm uma cor mais negra.