- O que é Revolução?
Do ponto de vista histórico, a palavra revolução pode apresentar dois significados. Pode significar, por exemplo, uma evolução de um sistema de produção, ou seja, uma transformação. Neste contexto, podemos citar a Revolução Industrial (século XVIII), quando ocorreu um avanço nos sistema de produção de mercadorias com a implantação das máquinas. Esta evolução acabou influenciando nas áreas sociais, econômicas e políticas da sociedade europeia do período.
Num outro contexto pode significar uma mudança radical como, por exemplo, na Revolução Francesa. Neste fato histórico ocorreu uma mudança radical no sistema político, econômico e social da França no século XVIII.
- Curiosidades
A palavra "revolução" originou-se provavelmente da astronomia a partir da teoria de Copérnico, "De Revolutionibus Orbium Celestium". No seu uso científico o termo reteve o seu significado original latino, designando o movimento rotativo, regular e inexorável dos astros. Por ser infenso aos desígnios do homem e, portanto, irresistível, jamais se caracterizou pela novidade ou pela violência. Ao contrário, a palavra claramente indica uma tendência à recorrência, ao movimento cíclico. Se transferido para a linguagem dos negócios dos homens na terra, o termo "revolução" poderia apenas significar que as poucas e conhecidas formas de governo revolvem-se como opções aos mortais numa oferta permanente e com a mesma força que os astros obedecem nas suas precisas órbitas no espaço.
Quando a palavra "revolução" desceu dos céus e foi introduzida para descrever os acontecimentos humanos, apareceu primeiramente como uma metáfora, substituindo aquela noção do imutável e oferecendo, em troca, a noção dos altos e baixos dos destinos humanos. No século dezessete encontramos pela primeira vez a utilização política da palavra, mas o conteúdo metafórico ainda estava ligado ao sentido original, o movimento de retornar a um ponto préestabelecido. A palavra foi primeiramente usada na Inglaterra não para designar a assunção de Cromwell ao poder (a primeira ditadura revolucionária), mas ao contrário, depois da queda do despota por ocasião da restauração da monarquia.
Podemos precisar o exato instante em que a palavra "revolução" foi utilizada no sentido de mudança irresistível e não mais como um movimento recorrente. Foi durante a noite de 14 de julho de 1789 em Paris, quando Luís XVI ouviu de um emissário que a Bastilha havia caído. "É uma revolta", disse o rei. Ao que o mensageiro retrucou: "Não, majestade, é uma revolução".
Nas décadas seguintes conformou-se um quadro de que as revoluções não são feitas de homens isolados, mas resultado de um processo incontrolável do qual os homens são parte. E foi somente na metade do século dezenove que Proudhon cunhou a expressão "revolução permanente" e com ela trouxe o conceito de que não existem revoluções, mas uma só, total e perpétua.
(Texto retirado de: http://almanaque.folha.uol.com.br/filosofiaarendt.htm)
- Tipos de Revolução
A ciência da história estabelece três grandes tipos de revoluções: política, social e econômica.
A revolução política é aquela em que é substituído o governo ou, inclusive, é modificada a totalidade do sistema político. As relações sociais (como as de propriedade), em contrapartida, mantêm-se inalteráveis. Para ilustrar este tipo de revoluções, mencionaremos aquelas que tiveram lugar na Europa em 1848, altura em que se generalizou uma onda de manifestações populares que se expandiu a uma grande velocidade.
A revolução social, por sua vez, é uma transformação do conjunto das relações e interações sociais cotidianas no seio de um espaço territorial liberado, seja uma cidade ou um país. Desta forma, as revoluções sociais, essas sim, alteram as relações de propriedade e transcendem a política, como a Revolução Francesa de 1789 e a Revolução Soviética de 1917.
Por fim, a revolução econômica é a mudança drástica das condições de produção, distribuição e consumo dos bens e serviços. O termo é geralmente aplicado às alterações/evoluções tecnológicas, como sucedeu com a chamada Revolução Industrial (marcando assim uma época diferente graças ao uso de novas técnicas, fontes de energia, invenção de maquinarias e novos meios de transporte, entre outras questões).
(Texto retirado de: http://conceito.de/revolucao)
- Significado histórico da Revolução Inglesa
A Revolução Inglesa foi muito importante pois influenciou toda a Europa
e serviu de exemplo para a Revolução Francesa. Na Revolução Inglesa, os
problemas econômicos, sociais e políticos misturaram-se aos religiosos e a
burguesia começou a investir na indústria doméstica. Essa revolução representou
a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, o absolutismo.
A monarquia estava com seus poderes limitados, tendo que ceder ao
Parlamento e assim criando o regime parlamentarista (presente até os dias de
hoje).
Com o grande sucesso no mercantilismo, a Inglaterra impulsionou a migração
do campo para a cidade, aumentando o crescimento das cidades e dando origem à chamada
classe operária. Percebe-se que alguns acontecimentos daquela época ainda
trazem consequências nos dias atuais, porque a revolução trouxe muitas
inovações e, essas inovações, tiveram uma enorme importância para entendermos a
Revolução Tecnológica ocorrida no século XX.
A Revolução Inglesa deu “oportunidades” para que a Revolução Industrial
acontecesse e, essa revolução, teve um significado imenso para o avanço da
tecnologia e através dela temos hoje iluminação nas residências, carros, etc.
(Charge representando a frase "O rei reina, mas não governa" que, no contexto da Revolução Inglesa, significa que o rei tem apenas "status" e quem realmente governa é o Parlamento)
(Charge representando a famosa frase dita pelo rei Luís XIV, conhecido como "Rei Sol". "L'éstat C'est Moi" significa "O Estado sou Eu")
- Considerações finais
Durante o período do século XVI ao século XVIII predominou na
Europa um sistema político e administrativo denominado Absolutismo. Essa forma de governo se originou a partir das
mudanças ocorridas na Europa no final da Idade Média. O absolutismo se caracteriza
por centralizar todo o poder no rei.
O absolutismo na Inglaterra surgiu após a Guerra das Duas
Rosas, um conflito entre as duas principais dinastias da época, os Lancaster e
os York. Foi a dinastia Tudor, iniciada com Henrique VII, que conseguiu obter o
apoio do Parlamento inglês e da burguesia, favorecendo a formação do
absolutismo na Inglaterra.
Em 1509, Henrique VIII assumiu o trono. Durante seu governo, o rei ainda mantinha
o apoio real à burguesia e tinha dela a sustentação do poder real e o controle
sobre os nobres. Além disso, Henrique VIII também foi responsável por uma
reforma religiosa, rompendo-se com a Igreja Católica e fundando a Igreja
Anglicana, obtendo o poder máximo e se apossando das propriedades eclesiásticas
da Igreja.
Elisabeth I, filha de Henrique
VIII, assumiu o poder em 1558. Em seu governo há uma consolidação entre o poder
real e o da religião anglicana, fato que acarretou a perseguições de fiéis de
outras religiões. Essas perseguições levaram a uma grande onda de emigração.
Seu governo foi marcado também pelo fortalecimento do mercantilismo inglês e o
estímulo as ações de pirataria.
Por não ter herdeiros, Elisabeth
I é sucedida por seu primo, Jaime I, que era rei da Escócia. Iniciando-se assim
a dinastia Stuart. Em seu governo, Jaime I dá continuidade à perseguição dos
não anglicanos, aumentando o número de emigrantes. Foi durante seu governo que
os conflitos com o Parlamento se iniciaram.
Em 1625, Carlos I, filho de
Jaime I, assume o poder. Em seu governo, é intensificado ainda mais as
perseguições e fortalece. Em 1629, Carlos I fecha o Parlamento devido a disputas
sobre a cobrança de impostos e reabriu-o em 1640 para conseguir fundos para “guerrear”
na Escócia. Os parlamentares, não contentes com a situação em que se encontravam,
tentaram conter o poder real e Carlos I tentou fechá-lo novamente, o que
desencadeou uma guerra civil.
A Guerra Civil (1640 – 1649) foi
entre os defensores do rei (conhecidos como “Cavaleiros”) e os defensores do
Parlamento (conhecidos como “Cabeças Redondas”) que foram liderados por Oliver
Cromwell. Os Cabeças Redondas venceram quando aprisionaram Carlos I, que foi
julgado pelo Parlamento e condenado à decapitação.
Apoiado pela classe militar e
burguesa, Oliver Cromwell assume o poder da Inglaterra. Seu governo é marcado pelas
medidas de intolerância e sua rigidez contra os opositores. Após sua morte, seu
filho assume o poder, mas é deposto um ano depois.
Inicia-se assim uma
instabilidade e lutas internas no Parlamento que acabariam com a volta dos
Stuart ao poder, representados por Carlos II e, posteriormente, Jaime II. No governo de Carlos II, devido a suas atitudes impensadas, ocorreu um
confronto entre dois grupos do parlamento: os whigs (contra as medidas reais e a
favor de mudanças no cenário político) e os tories (ligados à aristocracia feudal e defensores de sua continuidade). No governo de Jaime II, foram tomadas
medidas absolutistas de punição contra opositores, destituição (retirada) do habeas
corpus, além de prisões despóticas (pessoas que
não seguiam as ordens do rei). Em 1689, o Parlamento promulga a
Declaração dos Direitos (Bill of Rights),
que limitava os poderes monárquicos em vários aspectos, estabelecendo-se assim
o parlamento como poder supremo e substituindo Jaime II por Guilherme de Orange.
Esse acontecimento ficou conhecido como Revolução Gloriosa.
Com essa revolução o absolutismo inglês
chega ao fim e instala-se a Monarquia Parlamentar, que vigora até os dias de
hoje.
-
Abaixo, montamos uma sequência de vídeos que te auxiliará a entender melhor o assunto:
Nenhum comentário:
Postar um comentário